Muito se fala de inclusão social. Mas, de facto, quem são os excluídos? E por quem?

Gostemos ou não, a realidade é que todos, sem exceção, vivemos em sociedade. Mas, o que é, de facto, esta sociedade de que tanto se fala? Uma definição que podemos encontrar na sociologia é que: “uma sociedade é um grupo de indivíduos que se relacionam, a fim de conseguir e preservar os seus objetivos comuns. Os objetivos comuns, compartilhados pelos membros da sociedade, são os próprios objetivos da sociedade, ou seja, o bem comum.” Na realidade, trata-se de um sistema organizacional onde cada ser humano se procura integrar, intencionalmente ou não, já que quem não apresenta os “critérios” necessários para esse efeito, acaba por ser ou sentir-se‘excluído’.

A pobreza

Em 2019 havia o registo de mais de 1,6 milhões de pobres em Portugal. Ou seja, qualquer cidadão que tivesse um rendimento anual igual ou inferior a 6.480 euros vivia no limiar da pobreza, pois equivalia a cerca de pouco mais de 500 euros mensais. Em 2021 pouco ou nada mudou. Por isso, o nível de pobreza surge, regra geral, associada a exclusão social que, na sua definição, significa: “as famílias com baixa participação no mercado de trabalho e as situações de privação material severa” (fonte: dinheiro vivo). Em todo o caso, são mais de dois milhões de pessoas a viver com menos de 540 euros mensais ou em famílias com intensidade laboral reduzida.

REINVENTAR-SE

Infelizmente, é quase certeiro afirmar que mais do que cinquenta por cento (se o número não for bastante superior) da população tem uma ocupação profissional de que não gosta particularmente. Pois, ou não foi por si escolhida, arrependeram-se de tê-lo feito ou foram as contingências da vida ou outro motivo qualquer que a levaram por aquele caminho. Muitos tentam reinventar- se quando os seus planos saem desfeitos, outros têm que aceitar o que a vida lhes apresenta apenas para sobreviver. O relato de Fátima Sequeira é um exemplo do que pode acontecer quando uma decisão mal tomada pode resultar numa vida completamente destruída e ‘adiada’.

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