Devemo-nos sempre lembrar de que a inveja tem o poder de destruir o presente e de limitar o futuro de
quem a alberga no seu interior

Desejar o que o outro tem, sentir-se mal com o sucesso alheio, alegrar-se com o fracasso dos outros são sinais de quem alimenta dentro de si um dos sentimentos mais prejudiciais para o ser humano, a inveja. Mas de onde será que surge esta emoção tão negativa? Poderá ter diversas origens, tais como a baixa autoestima, o complexo de inferioridade e a dificuldade em reconhecer o próprio valor. Por vezes, quando uma pessoa está a atravessar um momento menos bom na sua vida, esta tem tendência a invejar quem aparenta estar bem.

O PREÇO

Quem alimenta a inveja, normalmente, está mais focado na vida dos outros do que na sua, mas isso é contraproducente, pois abre caminho para outros sentimentos negativos, como a tristeza. O invejoso fica com a sua vida em suspenso, pois passa mais tempo a procurar informações sobre os outros, a comparar-se com eles, a inferiorizar-se, a achar-se vítima de uma injustiça, em vez de se concentrar em melhorar a sua própria vida.

Todo este ciclo vicioso acaba por trazer depressão, crises de ansiedade, amargura intensa e pensamentos exageradamente pessimistas, impedindo assim o invejoso de ter paz ou de conseguir ser feliz.

A LIBERTAÇÃO

Através da razão, o invejoso pode começar por autoconhecer-se, buscando a origem dessa inveja e lutar por arrancar essa erva daninha do seu interior.
Mas como fazê-lo? Primeiro, procurando ajuda profissional para tentar reverter o seu historial negativo e fomentar a sua autoestima. Segundo, fazendo uso da fé, ligando-se a Deus.

OS MAUS FRUTOS

“Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento contencioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito contencioso aí há perturbação e toda a obra perversa” (Tiago 3.14-16).

Senão vejamos a história dos irmãos Caim e Abel (Génesis, capítulo 4), pois apesar de ambos adorarem ao Senhor e sacrificarem parte das suas colheitas, Deus agradava-se das ofertas de Abel, pois este sempre dava os primeiros e melhores frutos (primícias); já Caim oferecia apenas o que sobrava da sua colheita. Para além de colocar Deus em segundo plano, Caim sentiu inveja de Abel e acabou por matá-lo.

SEJA INTELIGENTE. O décimo mandamento bíblico é uma advertência contra a inveja: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Êxodo 20.17). Portanto, faça uso da sua inteligência e aceite que a responsabilidade de conquistar tudo o que deseja é apenas sua. Abandone a inveja, aperfeiçoe-se, lute para ser melhor por si mesmo e, acima de tudo, busque a Deus com todo o seu ser.

Fonte: Folha de Portugal

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