Uma das especialidades do mal é se disfarçar para enganar as pessoas, pois, se ele aparecesse com a sua real aparência, quem seria convencido a pecar?
Nos dias de hoje, por exemplo, vejo que as maiores ofertas do diabo aos filhos de Deus tratam-se de coisas que, aparentemente, não vão causar mal a eles.
Ou seja, não são coisas pecaminosas, mas aquilo que é lícito e que não parece desonrar o nosso Senhor.
Mas isso é só no primeiro momento, porque, no fundo, são coisas perniciosas, pois desviam o nosso foco de agradar a Deus e deleitar-nos na Sua vontade.
Veja que é o lícito que mais rouba o nosso tempo.
É o lícito que separa as famílias e aprisiona cada um nas suas telas.
É o lícito que nos distancia da oração de intimidade, além dos cinco minutos.
É o lícito que provoca superficialidade na meditação da Palavra.
É o lícito que faz a pessoa ver o que ela nunca veria, mas sem sair do sofá.
É o lícito que a faz ir a lugares que ela desaprova com os lábios, mas entra através da internet.
Portanto, é o lícito que nos desvia do propósito e nos torna religiosos com casca de santos, mas escravizados interiormente.
Nesse tempo, o lícito é mais perigoso que o ilícito, porque, anestesia a consciência, afinal, como se diz por aí: “isso não é pecado” ou “é só um pouco de distração”, “é só o meu trabalho”, “é só uma amizade”…