O que nos regula a alma?
Milhões de psicofármacos são vendidos todos os dias. Em cada embalagem dezenas de “pílulas mágicas”
que tentam elevar o nosso humor, bem-estar, energia ou concentração de forma química, na esperança de
que o nosso ser não se afunde na escuridão interior…
Nunca na história da humanidade o ser humano teve acesso a tanto entretenimento como na atualidade. Não precisamos sequer de sair da cama para ter acesso ao “mundo”. A informação que procuramos (e até a indesejada) chega-nos a todo o momento. Uma publicação, aparentemente insignificante, num instante se torna notícia e a cada segundo todos vão tendo os seus 15 minutos de fama. E, nesta desenfreada rotina, quem não se enquadra sente-se, automaticamente, desenquadrado.
VAZIOS DE TUDO
Talvez seja esta a explicação para o aumento galopante dos casos de depressão, talvez sejam outros… o que é certo é que este descontentamento angustiante e doentio, associado a um vazio existencial e de sentido parece ter-se tornado contagioso, a ponto de muitos duvidarem da sua própria razão. Somos e estamos mais frágeis do que imaginamos. E esta fragilidade é visível na permeabilidade que revelamos a tudo o que nos é exterior e com que somos, constantemente, ‘bombardeados’.
VIDAS SEM SENTIDO
O que nos regula a alma é uma sociedade cada vez mais inócua, fundamentada num conceito de meritocracia que premia quem “vence” e “vence” quem aparece, quem é conhecido e reconhecido por princípios como dinheiro, fama, status, personalidade impositiva… entre tantos outros “valores” que contrariam a essência humana. O que sempre se afirmou “não trazer a felicidade” é hoje a força motriz da vida. É esta conscientização que torna urgente o reavaliar de princípios e valores, não de forma leviana, mas um verdadeiro reset de quem somos, sob pena de, um a um, sermos levados ao abismo. Saúde mental não é uma tendência passageira, por isso, é urgente que cada um inicie o seu processo de cura interior, para que possa viver a vida da forma mais plena e feliz.
“Não eram só pensamentos… tinha mesmo surtos suicidas”
Dificilmente uma pessoa consegue determinar qual a origem da sua depressão. Teria sido um trauma? Frustrações mal resolvidas ou a pressão social? Para Ana, era uma junção de tudo, que culminava numa vontade incontrolável até de se matar
Quando se vive um trauma, não se consegue determinar em que medida o mesmo irá afetar a vida da pessoa. Enquanto muitos afirmam ter superado, outros não tiveram outra opção senão arrumar numa ‘caixinha’ que permanecesse esquecida no seu próprio cérebro para que pudessem seguir com a vida. Mas, este autoengano, apenas permite que, gradualmente, o veneno proveniente da ‘caixinha’ onde se arrumou o trauma vá contaminando o seu próprio interior.
INFÂNCIA PERDIDA.
Ana não tem pudor em assumir que os seus problemas tiveram início na infância, desde os 9 anos de idade. As várias tentativas de violação de que foi alvo e a necessidade de ter de tomar conta dos irmãos acabaram com os poucos sonhos de menina que lhe restavam e fizeram tornar-se mulher, de um dia para o outro. “Com 14 anos, conheci o meu marido e aos 15 saí de casa. O meu casamento começou por revelar imensos problemas, que culminaram em agressões verbais e físicas violentas”, relembra. E porque todos procuram um alívio para as adversidades vividas, Ana encontrou o seu escape no tabaco e no jogo, vícios que apenas acentuaram os sintomas depressivos que já sentia.
ESCURIDÃO INTERIOR.
“A depressão começou após um parto que espoletou em mim muita agressividade, pânico, medos e até surtos suicidas. Desejava sempre estar isolada do mundo e, para isso, refugiava-me no escuro. Entrava em casa e fechava tudo, até trancava a porta, muitas vezes por medo de alguém a abrir… e foi assim durante muitos anos”, recorda a espiral que afetou a sua saúde a ponto de chegar a pesar 47kg e sofrer surtos suicidas, quase impossíveis de controlar.
É POSSÍVEL!
Embora muitos a neguem de forma categórica, a cura não só existe como aconteceu na vida de Ana, que chegou de ter a doença diagnosticada pelos médicos. “Ainda se chegou até de colocar a hipótese de me ser feita uma cura de sono, pois não dormia, sendo que até medicação para dormir tomava, sem que fizesse qualquer efeito.” Ana manteve-se neste estado até conhecer a Universal, onde iniciou um longo processo de cura interior e libertação. “Fui devidamente orientada pelo Pastor e sempre segui o que era ensinado! Hoje, estou curada da depressão e liberta de todos os vícios. Toda a minha família partilha da mesma fé e o meu casamento é muito feliz e abençoado. Inclusivamente, casámos na Cerimónia dos Casamentos e fui, nesse mesmo dia, batizada com o Espírito Santo!”, conclui Ana o relato da sua experiência de vida.
Ana Nabais
Fonte: Folha de Portugal