O estigma está lá, mas, mesmo para o ser humano mais justo e racional, o recluso é um ser que perdeu parte da sua ‘humanidade’ perante a sociedade e que deixou de ‘merecer’ qualquer tipo de apoio ou ajuda

A partir do momento em que transgrediu a lei, tudo muda. Quem um segundo antes era humano, deixa de o ser. Passa a ser um pária, ‘julgado’, perante a sociedade, de acordo com um outro código moral, tornando-se ainda mais ‘invisível’ do que um sem-abrigo.

Para muitos, torna-se até injusto que quem roubou, matou, violentou ou molestou, seja suportado pelo Estado, ou seja, indiretamente, por si. Quem nunca escutou (ou até mesmo referiu) a expressão “ando eu a trabalhar para sustentar…” e o nome que vem a seguir, raramente abona a favor do recluso.

UNP

A sua missão, já de si difícil, muitas vezes é colocada em questão pelo senso comum. Será que quem um dia enveredou pelo mundo do crime, independentemente das motivações que estivessem por trás disso, tem recuperação possível? Ou pior, muitos até questionam se esta mesma pessoa será merecedora de uma segunda oportunidade. Todavia, é precisamente isso que a Universal Nas Prisões procura oferecer a cada recluso: uma oportunidade de arrependimento, de reinserção social, de recomeço, em suma, de uma nova vida.

Foi esta mesma oportunidade que Paulo Varandas não deixou passar, assim que teve conhecimento do projeto que tinha como objetivo devolver a humanidade a quem um dia acreditou que já não valia a pena viver.

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